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A tragédia da Samarco completa um ano

Um ano após a tragédia da Samarco, o Presidente da BHP Billiton, Andrew Mackenzie, apresentou suas condolescencias às pessoas afetadas pela falha da barragem e falou sobre os trabalhos de recuperação. 

Andrew Mackenzie disse que “O rompimento da barragem da Samarco foi uma tragédia terrível e os nossos pensamentos continuam com as pessoas e famílias afetadas. Um ano se passou e nosso comprometimento em fazer a coisa certa para as pessoas e meio-ambiente continua inabalável.” 

“Nossa prioridade inicial foi suportar a Samarco nas ações humanitária, para que as mesmas fossem conduzidas de forma efetiva. Neste momento, o foco está sobre a Fundação Renova (Fundação) que implementará os programas de longo prazo para restauração do meio-ambiente e reconstrução das comunidades afetadas.” 

“A Fundação trabalhará em conjunto com as comunidades afetadas e especialistas internacionais de modo a identificar as melhores soluções para a população dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e para a bacia do Rio Doce. Mais de 90 por cento dos programas já foram iniciados e as atividades em campo são extensas. Mais de 3.000 pessoas foram mobilizadas para reconstruir a infra-estrutura, fornecer serviços sociais e à comunidade, e realizar a preparação para o período de chuvas.”   

“O retorno das operações da Samarco é importante para a economia local e para os milhares de pessoas empregadas. Para que ocorra o retorno às operações, o mesmo deverá ser economicamente viável e deverá obter aprovações das autoridades competentes e ter procedimentos definidos. As operações somente serão reiniciadas quando for seguro para que isso aconteça.”     

“As descobertas das investigações externas sobre as causas do rompimento da barragem foram publicadas em agosto de 2016 e compartilhadas com as empresas do seguimento. Nós estamos criando um novo padrão global de bacias de rejeitos para as nossas operações. Isto resultará na liderança em práticas internacionais para projeto, construção, operações e manutenção para nossas principais barragens e também o aumento das avaliações utilizando entidades independentes.”

“Tenho certeza de que a experiência e o conhecimento adquiridos serão utilizados para melhorar a segurança das bacias de rejeitos no âmbito global, através de maior utilização das melhores práticas mundiais de ciências e engenharia. Nós utilizaremos isto para melhorar a performance das nossas próprias operações.”

“Uma série de ações foram realizadas no Brasil durante este ano e ainda há muito mais a ser feito. Algumas coisas levarão anos para serem resolvidas por completo, mas os nossos valores continuarão a guiar as nossas respostas.”

Realocação da Comunidade

Nós já caminhamos um ano dentro do plano de três anos para realocar as comunidades mais severamente afetadas pelo rompimento da barragem. Imediatamente após o evento, a Samarco forneceu casas alugadas nas cidades próximas para aqueles que perderam suas casas. Os programas de reconstrução e realocação tiveram início imediato.

A Fundação está implementando um processo participativo com os residentes das comunidades afetadas mais severamente - Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, e Gesteira. Cada comunidade desenvolveu os critérios que foram utilizados para identificar novas locações potenciais para suas vilas, em seguida foi realizado um processo de votação para escolher sua opção preferencial. Para exemplificar: 92 por cento das famílias de Bento Rodrigues escolheu a locação de “Lavoura” e a nova vila deverá estar pronta em março de 2019. Atualmente estão na fase de planejamento urbano.

Em 30 de outubro de 2016, após as atividades de limpeza e reconstrução, houve um evento com a participação da comunidade em Barra Longa para inaugurar a recém construída praça da cidade e calçadão à beira do rio. Membros da comunidade contribuíram no planejamento da área.

Compensação

Imediatamente após o rompimento da barragem, o foco foi no auxílio àqueles que perderam parentes, casas ou seus meios de subsistência. Mais de 8.000 cartões de assistência financeira foram emitidos para fornecer suporte imediato. Compensações também foram pagas para aqueles que perderam parentes, suas casas e seus veículos.

Recentemente a Fundação iniciou um Programa de Compensação para assegurar que todos os membros da comunidade, que foram diretamente impactados pelo rompimento da barragem, possam registrar os seus dados e ter a oportunidade de requisitar e receber uma compensação justa e razoável por suas perdas, em tempo hábil. O programa que inclui a administração de um sistema de mediação, contará com uma equipe de 300 pessoas, em 20 comunidades, e se espera que seja concluído até meados do próximo ano.

Processo de Consulta

Foram realizadas mais de 530 reuniões com as comunidades desde o rompimento da barragem, englobando uma série de tópicos. A Fundação está planejando realizar uma série de fóruns e workshops adicionais dentro dos próximos meses como parte do seu processo consultivo contínuo e levará em conta o feedback após a assinatura do Acordo de remediação e compensação entre Samarco, Vale e BHP Billiton Brasil, e determinados Governos Estaduais e Autoridades, assinado em março de 2016. A implementação do Acordo é pressuposto em extensivo e efetivo engajamento da comunidade. Um programa de diálogo social foi estabelecido e inclui mensagens de comunicação impressas, número de discagem gratuita, jornalzinho e redes sociais. Foi formado um comitê consultivo da comunidade e haverá comunicação direta com a Diretoria da Fundação. Um mecanismo de ouvidoria e reclamações também está sendo estabelecido.

Rio Doce

Estima-se que a remediação do Rio Doce levará de três a cinco anos de trabalho intenso, seguidos de muitos anos de recuperação natural e monitoramento.

O monitoramento da água continua a ser realizado em 92 pontos ao longo do Rio Doce, afluentes e locações no mar. Os testes confirmam que as concentrações de metais pesados são compatíveis com leituras feitas pelo IBAMA em 2010, que indicam que os rejeitos não são tóxicos. Os resultados estão disponíveis para as agencias regulatórias, o governo e para o público.

Foram conduzidas pela Samarco, utilizando sonares, duas pesquisas de peixes, ao longo do Rio Doce. Ambas identificaram a presença de peixes em todas as áreas estudadas, com especialistas concluindo que a re-povoação de peixes no Rio Doce está sendo complementada por estoques nos afluentes. Os resultados dessas pesquisas estão sendo confirmados por evidências dos pescadores locais.

Entretanto o volume de sedimentos na água se mantém elevado em partes do Rio Doce. A turbidez durante o período de seca deve ser reduzida para 100 NTU dentro de três anos. O ultimo monitoramento durante o período de seca foi realizado a jusante de Governador Valadares (aproximadamente 350 km da desembocadura do rio) registrou leituras de 30 NTU, o que é consistente com padrões históricos. Mais trabalhos serão necessários a montante.

Esperamos um acréscimo significativo na turbidez do Rio Doce durante a estação de chuvas em relação ao período de seca, apesar do trabalho realizado para estabilizar os rejeitos. Um significativo trabalho está sendo desenvolvido para gerenciar riscos durante o período de chuvas, incluindo a redução da possibilidade de que material de rejeito seja despejado no Rio Doce e a prevenção da interrupção do abastecimento de água. Trabalhos adicionais estão focados na melhoria das plantas de tratamento de água que captam água do Rio Doce, para elevar sua capacidade em lidar com acréscimos na turbidez da água no período de chuvas. Progressos continuarão a ser feitos na solução de longo prazo para a remediação das áreas impactadas pelos rejeitos.

Causas encontradas e lições compartilhadas

As descobertas das investigações sobre as causas do rompimento da barragem foram divulgadas publicamente em Belo Horizonte em 29 de agosto de 2016. Vale, BHP Billiton Brasil e Samarco conjuntamente autorizaram a Clearly Gottlieb Steen & Hamilton a conduzir o trabalho com um painel composto por quatro especialistas geotécnicos contratados pela Cleary Gottlieb para informar sobre causas técnicas.

As descobertas realizadas por esse painel de profissionais foi publicamente divulgada e compartilhada com o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM - International Council on Mining and Metals) para a compreensão técnica mais aprofundada na indústria e no auxílio da prevenção da ocorrência de eventos simulares no futuro. As descobertas foram compartilhadas com outras empresas de recursos naturais de forma com que o setor possa melhorar a segurança e reduzir os riscos associados com instalações de rejeitos.

Uma revisão nas nossas barragens mais significativas concluiu que as mesmas são estáveis, entretanto, como parte da nossa determinação em aprender com esse evento, realizamos melhorias adicionais. Estabelecemos uma função de gerenciamento de barragens, trazendo conhecimento adicional para a Companhia e estamos criando padrões globais para nossos projetos operacionais na direção de ciências internacionais e prática em engenharia para projetos, construção, operações e manutenção das nossas significativas barragens. Nós também aumentamos a utilização de avaliações independentes e mudamos o benchmark para os processos de revisão de segurança de barragens de acordo com os mais rigorosos da indústria.

Revisões em nossa governança conduziram para a centralização de joint ventures minerais não operacionais sob o Presidente Américas para Minerais da BHP Billiton. Estamos desenvolvendo uma nova estrutura global para fortalecer a segurança e o gerenciamento de riscos em casos onde não somos os operadores.